domingo, 30 de setembro de 2007

quinta-feira, 19 de julho de 2007

50 em 5

Esse papo de longo prazo me lembra o presidente Bossa Nova...

Construindo a avenida Antônio Carlos, que liga a Pampulha à região central de BH, o então prefeito furacão, Juscelino Kubischek insistiu para que a via fosse mais larga. Queria quatro e não duas vias para cada sentido.

Certamente, houve mente brilhante para dizer que, isso seria um desperdício. Em obra atual, a avenida foi duplicada, com um custo altíssimo, dado que foram pagas indenizações e mais indenizações para remover os moradores.

Cinquenta anos depois...

Das burrices que mais custam ao mundo, certamente as burrices políticas são as mais caras. Com juros e correção monetária.

Considerações Terrestres

Toda vez que estava chegando em Congonhas, pensava comigo: mas não é possível, essa pista é curta demais. Achava que aquilo não era uma questão de pouso e sim uma habilidade de mira. E só de recordar as trapalhadas de Capitão Boeing em Ducktales, sentia calafrios como Tio Patinhas.

Lamentável. E lamentavelmente previsível. De maneira muito penosa, este (des)governo vai se revelando através das adversidades. Caso essa tragédia tenha sido fruto podre das sementes do descaso governamental, imaginem quantas outras vidas serão perdidas até que alguém berre que o rei está nu.

Dormi pouco desde a noite dessa terça-feira. Acompanhei através de ínumeras maneiras o desenrolar de cada novo fato.

Reflito: a maioria das ações em gestão governamental não são rápidas. Os resultados das ações, positivas ou negativas, são sentidos após um período. O ex-ministro da Defesa José Viegas alertou sobre essa possibilidade. Céus, o govenro não pode ser como eu que deixo para fazer trabalho de faculdade na noite anterior.

E estão alertando sobre o apagão energético, o retorno... Até lá ficamos na mão da SEALOPRA...

Por hora, não vou reclamar mais do tempo que gasto entre BH e Confins. É uma viagem que dura quase o mesmo que leva o avião de Confins à São Paulo... Contudo mantém o aeroporto bem distante do coração da cidade.

Cine Brasil



E segue a segunda parte.

Cine Brasil





Em ritmo de museu, segue a primeira parte de um documentário que achei no youtube.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Afonso Pena com Amazonas

Quando vi o mapa de Belo Horizonte pela primeira vez, deu uma vontade gigante de colocar alí umas peças de xadrez e aproveitar. Oras, se não se dirige nessa cidade, dá pelo menos para buscar um xeque-mate... Era muito moleque. Urbanismo ainda não existia para mim. Muita letra. Mas aquelas ruazinhas alí, cruzando como um tabuleiro, eram daquelas coisas, que despertam uma curiosidade de vidrar “uzóin”.

Não joguei futebol na rua e pipa mesmo, só lá na praça do Papa. Com infância tão urbanita, trato essas piadas de caipira em terceira pessoa. Afinal, nem todo mundo que fala uai, é da roça, uai.

Caminhar pelo centro é topar com índio que não acaba mais. Sem mencionar, que de um quarteirão ao outro, em pouco tempo, vai-se da Bahia à São Paulo.

Numa exposição, já não me lembro qual, fui apresentado a fotos antigas da cidade. Retratos de várias épocas que, com um simples exercício de transposição de memória, ficam ainda mais impressionantes.

Bonde, chapéu palheta, arvoredo, cinema, banco e construção: a praça Sete, ao longo das fotos, era uma espécie de palimpsesto urbano, onde camadas e camadas de épocas foram servindo de pano de fundo para uma cidade inteira, que se encontrava no cruzamento da Afonso Pena com avenida Amazonas.

Atualmente, dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim. Antigamente, uma xícara de café. Café com leite. Política entre bigodes. Entre bengalas, cartolas, polainas, charutos, relógios de bolso. No andar térreo do Hotel Brasil ficava o Café Pérola. Quem pedir uma MacOferta no local, poderá constatar através das antigas imagens que, não se tratava de uma cafeteria qualquer.

Alguns dos seus antigos freqüentadores permanecem, reunindo-se no local, com o mesmo efetivo dos pracinhas em desfile de Sete de Setembro: cada vez em número menor. Órfãos do Pérola, abrigados pelo Café Nice.

Nem sou tão fã de café. Até gosto, todavia o que me fascina nessa história toda é a conversa. O hábito meio perdido de papear. A conversa séria, a fiada, a jogada fora. Tanto faz. Há momento para todas. Expor idéias e discuti-las. Com direito a discussão acalentada. Política, futebol e religião. O Café Pérola era um convite ao diálogo. Os grãos moídos eram pretexto.

Ora, conversa sempre me divertiu. Seja numa viagem, em casa, num jantar, na sala de aula, no pátio, a cavalo. Eu falo pelos cotovelos. Com ou sem café. Com ou sem vinho. Com uísque então...

E hoje, Belo Horizonte é para mim 5401, PUC, 5401. Arroz com feijão. Escritório. Pão com manteiga. 2104, Milton Campos, 2104.

5401, PUC, 5401. Arroz com feijão. Escritório. Pão com manteiga. 2104, Milton Campos, 2104.

5401, PUC, 5401. Arroz com feijão. Escritório. Pão com manteiga. 2104, Milton Campos, 2104.

5401, PUC, 5401. Arroz com feijão. Escritório. Pão com manteiga. 2104, Milton Campos, 2104.

5401, PUC, 5401. Arroz com feijão. Escritório. Pão com manteiga. 2104, Milton Campos, 2104.

Sem falar no ninho e sem comentar a farra. Fale-se com um silêncio desses.

Sinto falta de um tempinho para não fazer nada e falar sobre tudo. Nunca fui ao Pérola. Meu avô foi. Meu pai foi. O Café para mim é um retrato na parede. Posso imaginar JK bebericando o seu cafezinho por lá, posando sorridente para os fotógrafos de campanha. O Pérola era parada política obrigatória. Sem falar que alí se comentava de tudo. Lugar de galhofa, pousada da fina-flor da irreverência mineira, do humor quieto e atrevido. Ágora de negócios e quem falava boi primeiro, perdia. Berço do jogo do bicho na capital. Fonte de notícias mais confiável que o grande jornal dos mineiros... Quantas idéias, pensamentos e discussões.

Por vezes aquela idéia apaga, o pensamento se esconde e a discussão não tem início. Posso até estar sem tempo, mas estou munido de rede sem fio e computador portátil. E se não dá para conversar sempre, dá para conversar aqui. Decidi, muito a contragosto da preguiça, iniciar esse papo no Café Pérola.